quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


Mariana nasceu e se criou ali. Não fora criada; Criou-se. Desde menina se virava por entre as ruazinhas nada perigosas e com cheiro bom.
A menina não entendia o que seria se tivesse de viver uma realidade além daquela, ela a estranhava e a rejeitava de seu corpo, como se realmente a pudesse exclui-la de todo o
cosmos.
Dava a noite e ela não pensava duas vezes: Sabia que rotina passava longe daquele lugar, ao menos para ela. Mariana tinha um quê de magia em si, porque tudo que lhe pertencia na vida tornava-se especial e doce. Seria sua criação naquele lugar que a fizera ser assim? Os mal-casados do bairro achavam que não; Quem via de fora acreditava que sim.

Ela era danada, tinha um amor de ser, mas não era santa. Aprontava e tinha coragem de botar a culpa nos moleques da redondeza. Eles, novinhos e ingênuos, temiam, e diziam que sim.
As noites ali só eram calmas pra quem via do mapa. Havia por trás daquelas construções históricas uma certa malícia não anunciada, havia impregnado naquelas paredes casos, acasos e destinos. Quem mora ali sabe bem disso e disfarça como uma dama. A menina não tinha segredos: O vilarejo a fez uma pessoa muito expressiva. Criou-se lá. O que mais dizer? Loucuras geram felicidades!

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